quinta-feira, 24 de junho de 2010

Quando o Mundo gira é para todos!

Estamos no fim do dia, quase fim da semana e já estamos todos cansados... Eu pelo menos, estou. Já estava aqui mais a remexer que a mexer, mais a deambular que a raciocinar, mais a bocejar que a produzir... No fundo (não muito fundo. Um fundo do princípio...) "como quem não quer a coisa", mas quer, ia-me preparando para terminar o dia de trabalho. Mas hoje estou inquieta. Mas que raio... Não consigo parar de pensar que há pessoas que, sem por um instante querer colocar em causa a sua boa índole, agem e estão na vida como se o Mundo girasse só porque elas existem. O Sol nasce porque elas precisam do seu brilho e o resto de nós apenas tira proveito dessa vantagem. Pessoas que se auto anunciam quando querem estar presentes, ignoram naturalmente a existência dos outros quando lhes convém... Há gente, que por melhor coração que tenha, tem esta pouse de senhora do Mundo: realiza-se se estiver presente, é importante porque assim o determina, não interessa porque não lhe convém ou não lhe apetece que interesse... e o resto, todas as outras pessoas, são tropas que marcham ao sabor destas vontades e renúncias... Ficamos assim, inconscientemente passivos, a ceder a caprichos engordando progressivamente e consequentemente o seu ego de "quero, posso e é"! Isto, esta constatação com cheirinho a revolta, é daquele tipo de sentimentos que é muito mais fácil experimentar com a alma do que propriamente exprimi-los em palavras... É algo que se enraíza tanto nas entranhas que para explicá-lo praticamente que teria que ser vomitado. Por isso, nem me atrevo a tentar explicar.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Em busca da Francesinha perdida!

Eu sempre disse que este blog era para disparatar. Até porque, tendo em conta quem o lê, estou mesmo à vontade. E "em busca da Francesinha perdida" parece-me mesmo ser um disparate para se escrever e eis que me sinto catapultar para aqueles blogs que pretendem ser roteiros gastronómicos (acho eu que pretendem), e não passam de um caixote de despejo de fotos do Google e opiniões baseadas em qualquer coisa que não, certamente, conhecimento gastronómico. Mas, acreditando que as informações são verídicas, sempre têm a sua utilidade: normalmente têm o site do restaurante, o preço e a localização. Adiante... no Domingo rumámos ao Porto. Gosto sempre de ir ao Porto! Não só porque nas minhas veias corre sangue Azul (e isso já toda a gente sabe), mas também porque verdadeiramente sinto um místico que ainda não defini e uma boa vibração em relação àquela cidade. E também porque, ir passear com o meu pai para essa cidade, com a qual partilha sérias e profundas memórias, é como encher-lhe o ego. Mais... o nosso próprio ego reluz ao reflectir os seus olhos. Sinceramente, é uma sensação única! Aproveitando e aliando o útil ao agradável, lá fomos procurar a afamada Francesinha à Moda do Porto. Não que nunca tenha comido nenhuma, aliás, acho que já comi esta especialidade tripeira em todos os cantos do país... Mas desta vez estavamos orientados para degustar a verdadeira e a melhor que conseguissemos. Fizemos inclusivé, uma busca pela internet e pesquisámos opiniões por entre os amigos mais "dentro do assunto". Foram indicados alguns sítios, no entanto, por falta de disponibilidade e por uma questão de lógica geográfica, acabámos por procurar "à unha" do pé, um restaurante que servisse Francesinhas em ruas paralelas aos Aliados. Fomos literalmente puxados para um restaurante que até nos parecia típico e que tinha um letreiro que era quase como uma aurea que indicava o climax do que anseavamos: "Francesinha a primeira só no Regaleira. Há 50 anos a servir Francesinhas". Bem... parecia mesmo a resposta às nossas preces! A Tripa à moda do Porto, diz quem comeu, estava uma categoria. A Francesinha... deixava muito, ou melhor, tudo a desejar. Era minúscula. Foi feita, quase de certeza com pão de forma Júnior. Estava fria, o queijo semi derretido e duro, o molho era aguado e pouco, e já sem falar na qualidade dos alimentos, porque nem quero ir por aí. Sem batata frita e sem ovo. Pela módica quantia de 9.50€... É caso para usar uma das minhas expressões de raíz "americanizada": Oh Please... A verdade é que, posteriormente fui à net e, segundo reza a história da Francesinha à Moda do Porto, há meio século atrás quando um emigrante Francês decidiu estabelecer-se em Portugal inventou esta iguaria numa tentativa de aliar numa refeição o lanche e o almoço. Saiu a Francesinha, que justifica o seu nome na cultura do seu progenitor. E não é que este emigrante era dono de parte da então cervejaria Regaleira?!?! Pena que não souberam aproveitar nem receita, nem a fama e tão pouco o título... "Deus dá nozes a quem não tem dentes"...